NOVO CALENDÁRIO DO FUTEBOL BRASILEIRO

Nota: Apresentamos à CBF no dia 19 de novembro de 2021, uma proposta para o Novo Calendário do Futebol Brasileiro, com implementação a partir da Temporada 2023/24.

Você pode conferir todos os detalhes e, inclusive, a apresentação que foi encaminhada também às 27 Federações, detentores de direitos de transmissão, streaming, presidentes e diretores dos principais clubes do Brasil, clicando a imagem abaixo:

 

 

 

As propostas a seguir foram publicadas pela primeira vez em março de 2017, fruto de muito estudo e pesquisa em relação ao tema e contribuíram de forma estratégica para a elaboração da nova proposta que foi entregue à CBF.

 

Introdução

 

Em março de 2021 estávamos no segundo ano de combate a uma das maiores pandemias da história que evidenciava, entre outras coisas, a necessidade de uma mudança profunda na organização do futebol brasileiro.

A pauta nos noticiários esportivos era uma só: a paralisação ou não dos campeonatos. Mas e as receitas dos clubes? E a vida das pessoas?

Tão importante quanto saber a resposta correta para essa pergunta é criar um ecossistema que resista a situações de crise no futuro similares ou não à pandemia em questão e que consiga gerar receita e sustentabilidade para todos os atores envolvidos.

Todas as soluções para a atual situação do futebol brasileiro passam pela organização do seu calendário.

 

Novo Calendário do Futebol Brasileiro

 

Quando pesquisamos o calendário do futebol brasileiro percebemos como é confuso e problemático. Em relação ao calendário mundial existe também muita coisa, no mínimo, questionável. Por exemplo:

Para que Eliminatórias para a Copa do Mundo se existem as competições continentais de seleções? Copa América, Eurocopa, Copa das Nações Africanas, Copa da Ásia, Concacaf Gold Cup e Copa da Oceania. Não seria um pleonasmo futebolístico?

Antes de responder o óbvio, que é para aumentar a arrecadação das entidades que patrocinam e organizam o jogo, podemos realizar um exercício de raciocínio focado na gestão das marcas envolvidas: clubes, federações e patrocinadores, sem desconsiderar o principal agente de tudo isso: o jogador de futebol, e a alma e razão de todo o processo: o torcedor.

As propostas a seguir focam o calendário brasileiro usando como referência as práticas que dão certo ao redor do mundo e contemplam três objetivos simples:

1˚) A paixão do torcedor: entregar um espetáculo de qualidade, com bons jogadores e ambiente favorável à prática do esporte. Com isso, deixar o torcedor feliz e motivado;

2˚) O interesse dos clubes: possibilitar um bom planejamento financeiro e técnico em relação aos seus elencos, minimizando os desmanches durante uma competição. Consequências: atrair mais patrocinadores, aumentar suas receitas, alavancar os sócios-torcedores e provocar no mercado um desejo maior de compra dos seus produtos e benefícios;

3˚) O retorno para o patrocinador ou marca com ativação no futebol: possibilitar o retorno mais seguro dos investimentos, aumentar os lucros para incremento das ações de marketing, criar o desejo de compra dos produtos e serviços vinculados e gerar novas demandas nos públicos-alvos.

Com base nos três objetivos acima apresentamos algumas sugestões para reorganizar o calendário do futebol brasileiro. Tudo bem flexível e passível de novos estudos e considerações.

O mais importante aqui é promover o debate sobre o tema e criar um “ecossistema” favorável ao jogo e ao seu consumo, isto é, clubes com elencos qualificados e competições consistentes, sem banalizá-las, como aconteceu a partir de 2017 com a Copa Libertadores da América, com quase um ano inteiro de disputa.

 

Preliminar

 

A organização do calendário brasileiro é um dos pontos centrais para a gestão do futebol no país, junto com a capacitação profissional de quem é responsável por isso. Essas ações promoverão uma série de “ações-dominó” que enriquecerão o espetáculo, proporcionarão uma receita alta e constante, pontos fundamentais para clubes e patrocinadores que entregarão no final, um produto extremamente agradável e desejável ao torcedor.

Listamos abaixo as competições existentes para os clubes brasileiros e sua possível organização dentro do “ecossistema futebol”, onde a espinha dorsal é o famoso calendário.

estaduais

Os campeonatos estaduais no Brasil são extremamente longos e deficitários comercialmente e em relação à audiência, além de comprometerem as datas mais importantes, destinadas aos Campeonatos Brasileiros – Séries A e B.

Entretanto, não deveriam acabar, isso seria péssimo para o futebol tupiniquim. Ao invés disso deveríamos modernizá-los. Como?

Existe um grande período inativo para inúmeros clubes brasileiros, a grande massa formadora desses campeonatos. Esses clubes poderiam disputar os estaduais durante o segundo semestre, uma fase classificatória ou “Campeonato do Interior”, promovendo as cidades em questão e os comércios locais com a realização dos jogos de ida e volta.

Essa fase definiria seus campeões e vices, e em alguns centros, classificaria até quatro clubes para a “Fase Final” (meio de janeiro à início de março do ano seguinte), disputada com os grandes da capital. Todos os jogos das duas fases no meio de semana.

A Fase Final, apenas com 4 clubes, disputada em pontos corridos, todos contra todos. Caso contemplasse mais clubes, até 8 por exemplo, disputada em dois grupos de 4, todos contra todos, onde os campeões de cada grupo disputariam as finais, também em dois jogos.

Soma-se a isso a geração de valor ao “campeão do interior” que, entre outras coisas, teria uma vaga garantida na Copa do Brasil, junto com o campeão e vice estaduais da Fase Final.

Esse formato, além de movimentar o comércio e as empresas locais, incentivará o surgimento de bons jogadores, e porque não, o aparecimento de craques vinculados às marcas e empresas das suas cidades. Todo o processo bem mais eficiente e com “capital de giro” para os empreendimentos da região.

Importante frizar. A única proposta a favor da extinção dos estaduais, que considero inteligente, é a criação de mais Séries para o Campeonato Brasileiro: E, F, G e H. Contemplaria a maioria dos clubes no Brasil que ficam ociosos grande parte do ano, devido ao calendário brasileiro atual.

Entretanto, para que essa proposta funcionasse, precisaríamos de um transporte barato e abrangente, através de ferrovias, por exemplo, pois muitos clubes presentes nas novas Séries seriam extremamente modestos. Por isso, nada melhor que incentivar e modernizar o interior dos estados brasileiros e promover um canal cada vez maior e integrado com suas capitais. Pensar global e agir local.

regionais

O Brasil é um país continental e os campeonatos estaduais, assim como os regionais Copa do Nordeste e Copa Verde, são fundamentais para o desenvolvimento do país. Cultural, social e financeiramente. Promovem regiões mais carentes e com grande potencial de engajamento dos seus torcedores, apaixonados por futebol e com uma enorme predisposição para consumir produtos e serviços dos seus clubes e dos respectivos patrocinadores.

A Copa do Nordeste e a Copa Verde, ambas realizadas no segundo semestre, junto com as competições continentais (como veremos mais à frente), receberiam os campeões e vices estaduais das suas regiões. Nos centros mais tradicionais ou desenvolvidos como Bahia, Ceará e Pernambuco, esses regionais receberiam mais clubes dos seus respectivos estaduais. Terceiros e quartos colocados.

A primeira fase dos Regionais organizada em grupos, formados por clubes com proximidades geográficas e uma segunda fase, disputada em mata-matas até a final, como acontece atualmente. Os jogos disputados sempre no meio de semana.

Hoje o título da Copa do Nordeste, organizada pela Liga do Nordeste, não vale mais uma vaga para a Copa Sul-Americana, classifica diretamente para as oitavas da Copa do Brasil do ano seguinte.

A compensação para a perda da vaga na competição continental, muito praticada no Brasil e pela Conmebol, foi aumentar as premiações em dinheiro. O que não resolve, só mascara os problemas crônicos dos clubes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste: receitas insuficientes e inconstantes que impossibilitam elencos de bom nível técnico, sem condições de atrair investimentos de grande porte.

Importante observar que o público e a audiência ficaram bem satisfatórios depois do início das transmissões da Copa do Nordeste pela TV por assinatura, mas somente nas fases finais, a partir das quartas.

copa do brasil

Como já foi dito, a Copa do Brasil receberia todos os seus participantes dos estaduais, mas num formato mais emocionante e rentável que o atual, e com um lastro bem maior junto ao campeão estadual. E claro, sem o critério do “gol (des)qualificado, uma afronta ao futebol e à disputa justa em um confronto com jogos de ida e volta.

(Veja mais detalhes sobre esse critério e as 10 novas regras para o futebol AQUI).

A mudança no regulamento da Copa do Brasil, desde 2017, já foi um grande avanço nesse sentido, onde o visitante joga pelo empate nas fases iniciais, mas ainda é “capenga”, pois inviabiliza o jogo da volta. Numa competição mata-mata o grande “barato” é a possibilidade de reverter o resultado negativo no jogo da volta. É a famosa “revanche”, presente em qualquer pelada ou brincadeira de criança, no Brasil e no mundo.

A Copa do Brasil comportaria então 64 clubes, resultado da somatória dos campeões estaduais dos 27 estados brasileiros, mais os 27 campeões da “fase do interior”, mais 8 vices (Fase Final dos estaduais) de SP, RJ, MG, RS, PR, SC, PE e BA, e os terceiros colocados de SP e RJ. Esse critério não seria fixo, apenas uma referência para iniciar a reformulação, atualizado a cada edição da Copa do Brasil de acordo com o desempenho dos estados (clubes), como são definidas as vagas para a Liga dos Campeões da Europa e Liga Europa há um bom tempo.

Com jogos sempre no meio da semana a Copa do Brasil começaria junto às finais dos estaduais e terminaria no início de julho, tres semanas após o término do Campeonato Brasileiro, proporcionando uma atenção exclusiva dos torcedores, clubes e patrocinadores às partidas decisivas (semifinais e finais).

brasileirao 4

As maiores e mais importantes competições do futebol brasileiro são os seus Campeonatos Nacionais – Séries A, B, C e D ou “Brasileirão“. Seriam “Ligas”, caso fossem organizados pelos próprios clubes, como nos principais centros da europa. A Primeira Liga é o início dessa virada, mas precisará de uma união maior entre os grandes clubes do Brasil.

Retornando ao tema principal, já faz tempo que vários jornalistas, pesquisadores e pensadores do futebol reclamam por uma adequação do nosso calendário ao calendário europeu. Isso nada mais é, do que o Campeonato Brasileiro começar no segundo semestre de um ano e terminar no primeiro semestre do ano seguinte. Parece confuso, mas não. É a famosa temporada “2018-19” que ouvimos tanto nas chamadas da UEFA Champions League, Premier League, Bundesliga ou referentes aos Torneios Clausura e Apertura, realizados durante muito tempo no México e na Argentina.

Adequar o nosso calendário a esse formato é muito importante, pois o Campeonato Brasileiro terminaria no final de junho, próximo às finais da Copa do Brasil, quando as duas competições definiriam os seus clubes para as disputas continentais: Copa Libertadores e Copa Sul-Americana, ambas realizadas durante o segundo semestre, momento em que os campeonatos nacionais estariam na fase de turno (ida), menos decisiva e desgastante para os envolvidos.

Os clubes teriam, inclusive, a janela do meio do ano para contratação de novos jogadores, novos patrocínios e tempo para descanço e preparação do elenco para as disputas continentais que estariam por vir, além da nova edição do Campeonato Brasileiro.

Além disso, o patrocínio destinado a um jogador, clube ou campeonato seria “preservado”, pois não haveriam grandes desmanches de elencos durante a competição, uma vez que o Campeonato Brasileiro aconteceria entre as janelas de transferência, com partidas realizadas sempre e impreterivelmente nos fins de semana, de todas as Séries, mantendo a tradição dos jogos em família ou com amigos, reunidos em casa ou nos estádios. A propósito, o conceito “arenas” no Brasil é um tiro no pé.

(Mais detalhes sobre gestão de marca de um clube de futebol AQUI).

Outro ponto a favor desse novo calendário é a maior penetração do Campeonato Brasileiro nos mercados europeu, asiático e dos EUA. Atualmente essa penetração é bem a quem do que poderia.

Com times mais qualificados e com grandes jogadores em quantidade, a comercialização da competição ficará muito mais rentável. Os patrocínios das marcas envolvidas aumentarão de valor e, em contrapartida, essas marcas conseguirão uma visibilidade inúmeras vezes maior do que acontece hoje. Os espaços publicitários serão mais preciosos, principalmente na internet, o futuro das transmissões de futebol.

supercopa

A competição aqui não é a Supercopa da Libertadores (1988 a 1997) de abrangência continental, e sim a Supercopa do Brasil que já existiu entre 1990 e 1992.

Realizada em jogo único, entre os campeões da Copa do Brasil e do Brasileirão, a Supercopa abriria a temporada de disputas no país, realizada na semana do jogo inaugural do Brasileirão. Caso o mesmo clube conquistasse as duas competições, a disputa envolveria o vice do Campeonato Brasileiro.

As sedes de disputa da Supercopa seriam definidas com antecedência de 3 anos, onde as cidades escolhidas teriam tempo de sobra para se organizarem e promoverem o comércio da região, além de possibilitar aos patrocinadores, locais ou não, um bom planejamento em relação às ações de marketing ligadas à partida e à região.

libertadores

As duas grandes competições da América do Sul, Copa Libertadores da América e Copa Sul-Americana, começando simultaneamente no meio de julho, ambas com 32 clubes, quase um mês após o término do Campeonato Brasileiro e na sequência das finais da Copa do Brasil.

Realizadas ao mesmo tempo, claro, uma vez que os clubes seriam distintos devido aos critérios de classificação. Cinco clubes para cada competição e sem a “fase brasileira da Sul-Americana”, que a desvaloriza muito. Um clube que briga para não cair pode também se classificar para a competição? No formato atual do Brasileirão pode. Isso é muito ruim, pois minimiza o mérito da classificação e diminui o interesse do público.

Os jogos sempre no meio de semana, às quartas destinados à Libertadores e às quintas para a Sul-Americana.

As definições dos participantes permaneceriam quase as mesmas, os campeões nacionais e melhores colocados do Campeonato Brasileiro para a Libertadores e o vice da Copa do Brasil e demais colocados, posições intermediárias do Brasileirão, para a Sul-Americana.

E ainda, caso um clube brasileiro fosse desclassificado nas quartas da Libertadores, disputaria as quartas da Sul-Americana, fato já praticado pela UEFA envolvendo a Liga dos Campeões e a Liga Europa. Um atrativo a mais para os patrocinadores que não perderiam seus investimentos em um clube “fora” da Libertadores. Esse mesmo clube teria uma nova oportunidade (vitrine) para disputar e divulgar as marcas envolvidas.

Outro ponto importante, as duas competições terminando em novembro, com o campeão da Libertadores bem próximo da disputa do Mundial de Clubes. O mesmo time campeão continental disputaria o título mundial sem perder suas grandes contrações, realizadas no início do segundo semestre.

Lembrando, durante todo esse período (segundo semestre) de disputas da Libertadores, Sul-Americana e Mundial, os clubes estão disputando os turnos dos seus campeonatos nacionais, período menos decisivo que o returno, realizado no primeiro semestre do ano seguinte.

Por último e não menos importante, a Recopa Sul-Americana. Disputada em partidas de ida e volta, entre as finais dos estaduais e o início da Copa do Brasil.

mundial de clubes

A escolha do campeão nacional do país sede para a disputa do Mundial de Clubes é um ponto polêmico, pois nada mais é do que uma contrapartida dos organizadores ao país que “comprou” os direitos de realizar a competição.

No final é injusto para os demais clubes que conquistaram seus continentes antes de se credenciarem para a disputa do título mundial.

A disputa ficar restrita entre Europa e América do Sul também não resolveria o problema. Antigamente era realizada dessa forma, de 1960 a 1979 (Copa Intercontinetal), com jogos de ida e volta e a partir de 1980 (Copa Europeia/Sul-Americana ou como ficou conhecida, Toyota Cup) em partida única, realizada quase sempre no Japão.

Mas agora os tempos são outros e a informação é bem mais eficiente. Conhecemos Ligas de vários continentes, outros centros onde a paixão pelo futebol é igual ou maior do que a nossa. O futebol, como qualquer coisa na vida, precisa evoluir e acompanhar as mudanças comportamentais da sociedade.

Para ter um Mundial de Clubes mais justo, podemos manter todos os seis campeões continentais: UEFA (Europa), Conmebol (América do Sul), Concacaf (Américas do Norte, Central + Caribe), CAF (África), AFC (Ásia) e OFC (Oceania), divididos em 2 grupos de 3, todos contra todos, em partidas únicas. Os campeões de cada grupo disputariam a final, também em partida única.

A sede do Mundial, sorteada durante a competição, envolveria os países que se candidataram no início do mesmo ano. O vencedor seria a sede do próximo Mundial, realizado no ano seguinte. Doze meses para o país, patrocinadores e marcas envolvidos organizarem o Mundial de Clubes, realizado em duas cidades apenas, durante duas semanas.

Questão fundamental. Todas as competições citadas, desde os Estaduais, possuem seus patrocinadores masters, os principais entre os chamados oficiais. Entretanto, é possível criar espaços para as marcas locais de acordo com as cidades onde o espetáculo irá acontecer, preservando a integridade e os interesses dos patrocinadores masters ou oficiais. Todos os contratos mensurados de acordo com o que essas marcas vão entregar ao torcedor. Os maiores benefícios ficarão com os maiores patrocínios. Não tem mistério.

selecoes

Para que Eliminatórias para a Copa do Mundo se existem as competições continentais de seleções? Lembra dessa pergunta lá no início do texto?

A lógica aqui é a mesma empregada para os clubes. Esses disputam competições estaduais que credenciam os melhores colocados para as copas e campeonatos nacionais, que por sua vez, credenciam para as competições continentais até chegarmos à disputa do título mundial.

Já imaginou um clube de futebol disputar o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, mas a classificação para a Libertadores ser através de outra competição? No caso uma Eliminatória? Desnecessário.

Pois bem, as competições continentais são as classificatórias para a Copa do Mundo. Realizadas de 4 em 4 anos, entre os Mundiais e sem coincidirem com as Olímpiadas. A Eurocopa sempre foi assim, já as demais, principalmente Copa América e Copa das Nações Africanas, sempre foram complicadas.

Todas as competições continentais disputadas no ano seguinte à última Copa do Mundo e classificando suas respectivas seleções para a próxima edição do Mundial. Três anos disponíveis para amistosos, preparação técnica, logística e comercial.

A duração dessas competições continuaria bem otimizada, um mês apenas e realizadas em países-sedes pré-definidos com antecedência, num sistema de rodízio. Outro detalhe, todas em julho, exatamente no período entre os turnos dos campeonatos nacionais dos principais centros do futebol mundial.

Esse mesmo período seria destinado para a realização da Copa do Mundo e da Copa das Confederações. Essa última, com a reorganização do calendário, disputada em pontos corridos. Cinco datas apenas, estratégico para uma competição com pouco ou nenhum apelo emocional nos moldes atuais. E claro, Copa do Mundo com 32 seleções.

amistosos

Com o novo calendário os amistosos das seleções tomariam as datas das Eliminatórias, distribuídos durante as 52 semanas do ano. Se retirarmos 4 semanas para férias, preferencialmente de 24 de dezembro a 15 de janeiro, ficamos com 48 semanas para planejar os jogos, sempre duas partidas em sequência (quarta e domingo).

Amistosos relevantes entre seleções de mesmo nível ou próximo, nada de jogos com países que não representassem um desafio técnico e/ou emocional e planejados dentro de um calendário integrado às principais competições do Brasil e do mundo, com a interrupção das competições de clubes nos dias dos jogos das seleções.

Dessa forma, qualquer ativação de marca, patrocínio ou ação de marketing ganhará muito mais destaque, comercial e institucional, onde os direitos das transmissões, venda de ingressos, promoções e afins serão impulsionados, sem “boicotarem” os próprios campeonatos em seus países com a disputa pela audiência entre clubes e seleções.

Lembro de uma época que era motivo de orgulho seu time ter convocados para a seleção. Hoje torcemos para nenhum jogador do nosso time ser convocado, pois isso significará prejudicar o clube em várias rodadas do Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores, etc.

conclusao

Produtos descartáveis possuem duração pequena, ainda mais quando são substituídos pela “próxima atração” logo em sequência. Não geram valor, além do valor da compra. E são esquecidos facilmente. Quando oferecemos muitos produtos em série, precisamos vendê-los barato.

Vender com menor frequência e fidelizar, isto é, vender sempre e com um preço maior, é o segredo do sucesso.

A comercialização eficiente das competições, o patrocínio inteligente aos clubes (smart money), a ativação das marcas envolvidas de forma que façam sentido para o consumidor, o ambiente favorável para o jogador exercer sua profissão (que é jogar bola) e a satisfação dos torcedores são os pontos-chaves para a organização do calendário no Brasil.

Promover a realização de eventos consistentes, pautados no desempenho dos jogadores, onde as atrações – do início ao fim – são de conhecimento do público (torcedores) e das marcas (patrocinadores), valorizará e muito os espaços publicitários ao redor do campo, nos camarotes, na web, nos estádios e proximidades.

Aumentará ainda as cotas de transmissão das competições, os espaços publicitários nas tvs fechadas, abertas, pay-per-view, tvs internas dos clubes e principalmente, internet.

Oxigenará a comercialização dos produtos vinculados (digitais e físicos), dos serviços e benefícios oferecidos por clubes, federações, patrocinadores, tvs e portais credenciados.

Um calendário eficiente e emocionante, com competições sólidas e de grande valor agregado, com grandes clubes (não só no nome ou história, mas pelos elencos, craques e gestão), proporcionará um ecossistema favorável e incentivador para as grandes marcas que perceberem isso, pois seus investimentos terão um grau de risco bem menor, sem surpresas durante uma competição. O capital investido e o retorno para cada Real ou Dólar aplicados num jogador, clube ou campeonato, será bem mapeado, validado e reinvestido.

A gestão de marca inteligente de um clube de futebol é quando você gera valor entre torcedor e patrocinador.

Relacionar o patrocinador ao clube de uma forma inteligente e que faça sentido para o torcedor possibilitará a manutenção desse ecossistema, sustentado por um calendário que se preocupe com a sua principal força de trabalho: o jogador, possibilitando todo o tempo necessário para que esse profissional produza da melhor forma possível.

Com isso, a audiência e o faturamento serão uma reação em cadeia, constante e muito mais lucrativa para os patrocinadores e, principalmente, prazerosa para o torcedor, a “fonte” de tudo isso.

Abaixo dois infográficos referentes às competições que foram abordadas aqui e um terceiro ilustrando a proposta para o novo calendário do futebol brasileiro. Contempla todos os campeonatos, copas e supercopas, nacionais e internacionais, mais os amistosos e competições referentes à seleção brasileira.

 

Troféus de Seleções

Troféus de Seleções

 

Troféus de Clubes

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Novo calendário do futebol

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• 10 Novas Regras para o Futebol

 

Fontes:

FUTBOX – Centro de Pesquisa Gráfica Sobre Futebol

Metodologia dos 3Ts: Tradição, Torcida e Troféus

Universidade do Futebol

Blog Trivela

Futebol Marketing

Jornal Estadão

• ESPN Brasil

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Adriano Ávila

A prova inquestionável que existe vida inteligente fora da Terra é que eles nunca tentaram contato com a gente.

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